A equipe do projeto Sementes e Inovação acaba de disponibilizar o aplicativo SeedID, uma ferramenta desenvolvida para auxiliar na identificação de sementes
A equipe do projeto Sementes e Inovação acaba de disponibilizar o aplicativo SeedID, uma ferramenta desenvolvida para auxiliar na identificação de sementes. O aplicativo foi inicialmente criado para celulares com sistema Android, plataforma com maior número de usuários. No entanto, já existem planos para desenvolver uma versão para iOS no futuro.
O SeedID é um dos resultados do projeto Sementes e Inovação e foi desenvolvido por uma equipe multidisciplinar formada por cinco professores da Universidade Federal de Goiás (UFG)/Instituto de Ciências Biológicas e Instituto de Informática; da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB); da Universidade Federal da Bahia (UFBA), além da colaboração de especialistas em identificação de plantas e estudantes das áreas biológicas, agrárias e de computação. “Essa composição rara de competências torna o projeto especialmente relevante no cenário universitário brasileiro”, destaca o professor Edson Ferreira Duarte, Coordenador do Projeto na UFG.
Ele explica que, usualmente, o desenvolvimento de um aplicativo é rápido, quando se considera o sistema embarcado nos aparelhos celulares. “Mas, no caso do SeedID levou cerca de 5 anos, porque foi necessário estabelecer uma base de imagens de espécies corretamente identificadas para serem usadas no treinamento de uma inteligência artificial. Paralelamente, o aplicativo passou por três versões preliminares até chegar à versão atual”, detalha.
O processo também se diferenciou de outros desenvolvimentos tecnológicos por envolver diversas etapas: coleta de amostras, beneficiamento, identificação, acondicionamento, etiquetagem, obtenção de fotografias, depósito em herbário, registro de acesso ao patrimônio genético no SisGen, anotação detalhada das imagens, treinamento da IA com técnicas de machine learning, programação do aplicativo e testes de validação. “Por isso, o trabalho exigiu especialistas, desenvolvedores e colaboradores em diversas frentes, resultando em um processo naturalmente mais longo”, acrescenta o professor.
A primeira versão do SeedID foi treinada com 48 espécies e quatro cultivares. Ela está sendo disponibilizada para demonstrar o potencial da tecnologia, embora ainda não seja uma solução totalmente finalizada. Novas versões deverão ampliar a precisão e incluir mais espécies.
Para essa evolução, a equipe espera contar com a colaboração de analistas de sementes, pesquisadores e demais usuários que possam enviar novas imagens, ampliando a capacidade de reconhecimento. Também será essencial o apoio material e financeiro de empresas, associações de produtores de sementes e órgãos governamentais.
Uso do aplicativo
Para funcionar corretamente, o SeedID solicita permissão para usar a câmera do celular, capturando uma imagem a cada três segundos e realizando o processamento interno. O resultado aparece na parte inferior da tela, onde o usuário pode escolher visualizar o nome popular ou o nome científico, além de conferir até três possibilidades de identificação, acompanhadas do grau de confiança.
É importante destacar que a determinação não deve ser considerada definitiva, pois existem sementes semelhantes e outros aspectos destacados nas Políticas de uso, também afetam o desempenho na identificação.
O SeedID nasce alinhado ao princípio de que o conhecimento gerado nas universidades públicas deve ser livre e acessível a todos. Por isso, o aplicativo é gratuito e pode ser baixado e utilizado por qualquer usuário. A ferramenta está disponibilizado pelo projeto Sementes e Inovação, que está registrado na UFG e nas outras Universidades parceiras Inspirado no conceito de Ciência Cidadã, o aplicativo permite que a sociedade participe do aprimoramento científico. A tela Enviar Fotos possibilita que o usuário se cadastre e contribua com imagens de sementes ou propágulos. Os detalhes dessa colaboração estão descritos nas Políticas de Uso e no Termo de Colaboração disponíveis no próprio aplicativo.
Os autores aproveitam o lançamento para agradecer publicamente a todos os especialistas em identificação de plantas mencionados na tela Equipe, além de outros colaboradores eventuais.
A seguir, são destacados os nomes dos taxonomistas que tiveram papel essencial na validação das identificações de plantas e, consequentemente, de suas sementes:
Heleno Dias Ferreira (UFG/ICB/DBOT). Vera Lúcia Gomes Klein (UFG/ICB/DBOT). Aristônio Magalhães Teles (UFG/ICB/DBOT). Lidyanne Yuriko Saleme Aona (UFRB/CCAAB/HURB). Rubens Teixeira de Queiroz (UFPB/CCEN/DSE). Marcos José da Silva (UFG/ICB/DBOT). Ana Paula Fortuna Perez (UNESP/IBB).