Em um mundo em que a crescente demanda por alimentos é praticamente a única certeza, as ferramentas digitais estão ajudando os bancos de germoplasma a conservar e compartilhar a diversidade de culturas que sustenta nossa segurança alimentar global.

   Ao otimizar as operações e conectar instituições, as tecnologias da informação estão lançando as bases para uma rede global de bancos de germoplasma mais forte. Mas as ferramentas por si só não bastam — a capacitação e a colaboração também são necessárias.

   O projeto Biodiversidade para Oportunidades, Meios de Vida e Desenvolvimento (BOLD), liderado pelo Crop Trust, está ajudando os bancos de germoplasma a modernizar seu trabalho e fortalecer parcerias. O BOLD está facilitando treinamentos práticos e personalizados para equipes nacionais de bancos de germoplasma de países ao redor do mundo. Em colaboração com bancos de germoplasma internacionais, esses esforços de treinamento exploram como gerenciar coleções de forma mais eficiente e alinhadas às melhores práticas.

   Em um evento de treinamento recente no Instituto Internacional de Pesquisa do Arroz (IRRI), os participantes exploraram o GRIN-Global Community Edition (GGCE). Trata-se de um sistema de gerenciamento de dados de fácil utilização, adaptado para bancos de germoplasma, cujo desenvolvimento e implantação contam com o apoio do Crop Trust.

   Para muitos participantes, foi a primeira vez que utilizaram o GGCE, e a demanda por sessões de acompanhamento cresceu rapidamente. A equipe do banco de germoplasma do IRRI apresentou a coleta de dados de campo por meio de tablets, vinculada ao GGCE, que os participantes consideraram mais rápida e confiável do que os métodos tradicionais em papel que muitos deles ainda utilizam.

   Em outra sessão de treinamento, o Centro Internacional de Pesquisa Agrícola em Áreas Áridas (ICARDA) demonstrou um aplicativo GGCE desenvolvido para gerenciar solicitações de sementes. "Houve muita demanda por essa funcionalidade", disse o Dr. Zakaria Kehel, do ICARDA.

   Ferramentas digitais como o GGCE estão tornando o trabalho de conservação mais transparente e acessível. A equipe do banco de germoplasma está entusiasmada em colocar essas ferramentas em uso. E, graças ao BOLD, eles estão sendo treinados para usá-las com confiança.