APASSUL realiza evento sementeiro mantendo sua tradição e olho no futuro
A associação dos produtores de sementes do RS (APASSUL), criada em 1968, já passou por vários “degraus” do negócio de sementes no senário nacional, como a lei de sementes que contemplava semente fiscalizada, sem controle de geração e hoje as certificadas e a S1 e S2, a permissão para comercialização de sementes com no mínimo de 70% de germinação em que atualmente muitos produtores de sementes garantem o mínimo de 90%, a lei de proteção de cultivares da década de 90, contemplando o direito do melhorista e com isso a entrada forte da iniciativa privada no melhoramento vegetal e a comercialização dos OGM, envolvendo patente cuja proteção vai até o grão, entre outros.
O estado do RS foi um dos berços para trigo e soja no país, sendo esta uma das razões da necessidade de organização dos produtores de sementes para melhor atender o agricultor. O sucesso foi alcançado de tal forma que atualmente o estado produz mais de seis milhões de hectares com soja e mais de 1,5 milhão com trigo, entre outras espécies. Em soja o estado produz mais de 240000 toneladas de sementes das quais próximo a 50% é para exportação à outros estados.
Além da soja e trigo, o RS é líder nacional na produção de arroz irrigado que abastece praticamente 70% das necessidades do país, além das forrageiras de clima temperado como azevém e aveia e sementes de hortaliças que necessitam de frio para florescerem como de cebola e cenoura. Estas produções necessitam de sementes e felizmente os produtores de sementes se organizaram numa associação para melhor atender o mercado, a APASSUL.
O negócio de sementes no RS também é calcado numa rede de laboratório análise de sementes, contemplando mais de 40 LAS que realizam avaliações sobre a qualidade das sementes, assim como de programas de melhoramento vegetal praticamente para todas as espécies de cultivo no estado.
Neste ambiente sementeiro a APASSUL realizou, em agosto último, o seu evento conhecido como “APASSUL Conecta 2024, contemplando assuntos referentes ao negócio de sementes, como estatística, exemplos de sucesso, desafios no atual cenário econômico, mercado de soja, produção de sementes, pirataria, plantabilidade, agrodigital e processo sucessório nas empresas familiares.
O estado do RS cultiva 6,4 milhões de hectares de soja com uma taxa de utilização de semente comercial de 45%, o que significa uma demanda de 180000 toneladas de sementes no estado, que somadas a outras 150000 toneladas que são exportadas a outras estados do país, perfazem um negócio de 330000 toneladas de sementes. O estado RS é um tradicional exportador de sementes de soja.
A produção de sementes no estado é favorecida pelas condições climáticas, experiência e pelo conhecimento das empresas, em que grande parte dos 128 produtores de sementes estão na terceira geração, carregando consigo a experiência de seus avós e mantendo a tradição da família. A palestra sobre o processo sucessório foi bem planejada dentro do contexto sementeiro do estado.
As discussões sobre a informatização do agro, trazendo os últimos avanços sobre controle de qualidade, robotização, IA, drones, previsão do tempo entre outros, mostraram que os processos estão cada vez mais precisos e fáceis de serem realizados, assim como ganho de eficiência.
A semente deve estar viva, forte e protegida para desempenhar sua função, entretanto mesmo assim, cuidados especiais devem ser tomados no momento da semeadura, pois deverá ser bem distribuída considerando espaçamento e profundidade principalmente. A palestra sobre plantabilidade evidenciou que a qualidade da semente deverá ser seguida por uma adequada semeadura.
O evento da APASSUL manteve sua tradição de congregar seus associados, assim como parceiros, em um ambiente harmônico de negócios. As palestras, visita a exposição e encontros diversos, evidenciam a importância de eventos desta natureza